Thursday, April 21, 2016

voo longínquo/Chopin


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Entre as estrelas que nos olham
 E os ventos que desfolham, 
 Ergue-se a vida que a tudo transforma 
E vence a morte que tudo devora. 
Entre a vida incerta que nos projecta 
E a sibilina morte que a tudo seca, 
Gira o tempo tenso que nos desperta
 E o Universo imenso que nos inquieta. 
 Mas entre nós e o destino que nos prende 
Baila o efémero da vida que nos desafia
 E o brilhar das estrelas que nos surpreende
 No olhar suspenso do voo que nos ilumina. 
*
 Até que, na nossa aventura de viver, 
 A vida se tenha exaurido-por inteiro-no seu florescer...
 E face às vestes sombrias da inelutavel morte,
 Entregue lealmente o seu nobre passaporte!...

 Véu de Maya

4 comments:

Manuel Veiga said...

sempre fecundo teu olhar poético

abraço

Laura Santos said...

Vida condenada a ser devorada pela morte, entre um universo que nos interpela e nos desperta e uma vida carregada de desafios e incertezas. De instantes de surpresa e luz, e recantos de sombra até à entrega do inevitável passaporte.
Muito belo o poema, e a música, também!
Bom fim de semana, Poeta.
xx

luis lourenço said...

grato pela tua presença, caro herético.

abraços.

luis lourenço said...

Grato pela presença, Laura Santos. Idem, Para si, Com Sol e poesia. L. L.