Sunday, February 22, 2015

Na tua canoa de afectos


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Ah, poeta!,-Se me sonhas primeiro em laços entre diversos,
E só depois me perfumas como tatuagens sublimes em versos
Por que oscilas ainda em frente do meu espelho
Como quem destila silêncios nas voltas do efémero?
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Ah, vida!,-Mas se te derramo como sonhos em versos
E vibro por nós ao toque estrelar nos teus afectos mais terrenos
Como poderia eu arder só no pomar dos teus efémeros
Sem subir também ao altar cifrado dos teus anéis secretos?
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Ah, poeta!,-Que ingénuo-tu-nos meus anéis e segredos!
A levitares desde o riso ao silêncio até aos meus espelhos incertos
E porque não ardes logo na bolha dos meus feitiços efémeros?
Tal como o luar que passeia sem dor por entre oásis e desertos
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Ah, vida!-ninfa altiva dos meus versos-
Se subo em silêncio ao fundo dos teus riscos e desertos
Mas volto logo ao gozo dos teus pomares e encantos
É porque-para além de ti-liberta das euforias e prantos
Qual outra poderia arder em poesia como canoa pura dos afectos!...
Véu de Maya

Tuesday, February 10, 2015

Ode à Liberdade/Adagio de Albinoni


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É o amor à liberdade e o preço de a conquistar
Como os navios que se aventuram
Sulcando as ondas do mar;
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O poder da autoridade e o apelo de a respeitar
Como o selo gravado na sabedoria elevada
Ao útil colectivo na presença do bem estar;
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A frescura do novo e os caminhos por andar
Como abertura radiosa aos desafios do futuro
E às vozes dos oráculos por desvendar;
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O viajante e a imensa floresta
felizes nos saltos do percurso-onde unidos-
se inebriam no transe da viagem e da descoberta;
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O desejo da partida e a alegria do regressar
Como a viagem do navio que se aventura
Pelo alto mar até a novos portos chegar;
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O vento do deserto e o oásis libertador
Como o entrelaçar da força entre guerreiros
Até selar num abraço a fusão da alegria à dor;
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A semente fértil e a terra cultivada
Como a fusão amorosa entre ambas
até a vida se extasiar plasmada;
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A actividade e o impulso do renascer
Como ascensão no movimento das coisas
Ao triunfo do que ainda não é mas pode ser;
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É sonho e liberdade, cultura e humanidade
Deserto e vento libertador
Semente e terra cultivada;
Viagem e floresta desbravada
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Porto de partida e de chegada
E na aventura que é o caminho
O triunfo sobre o não-ser
Que é pouco, mas é mais que nada!...

Véu de Maya

Friday, February 6, 2015

A névoa dos teus olhos.


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Se quiser ler o poema enquanto escuta a declamação ao som da imortal Moonlight de Beethoven, queira ter a amabilidade de passar ao Youtube...Deixo-vos o meu abraço com afecto.

Véu de Maya