Wednesday, November 5, 2014

Olhos de Medusa


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Ai vida! tão ingénuos que nós somos?
A flutuar-frágeis-por entre as ilusões do bem.
*
Até quando nos cortamos a nós próprios
Com o mais terrível dos punhais,
Que é o punhal da própria maldade!
*
O mar que é denso e profundo
E o céu que é enigmático e distante.
*
Não se gastam a levitar em floreados de bem,
Nem se deixam afundar em tais caprichos do mal.
*
Vivem as suas vidas, puros e fortes,
Acima dos erros do bem e do mal.

Mas nós?-Que somos uma passagem breve.
E não temos nem a intensidade do mar
Nem a leveza do céu.
*
Erramos-fracos e incertos-sem destino,
E deixamos-nos cortar a nós próprios
`*
Com o mais terrível dos punhais,
Entre os punhais do abismo do mal,
Que é o punhal da nossa própria maldade!...

Véu de Maya

Deixo-vos meu abraço de sempre, com afecto.

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