Tuesday, December 3, 2013

Nas Dobras da Tua Saia


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Ah, poeta! porque plantas entrelinhas nos teus versos
Mas as entregas-por mim-a inefáveis olhares e universos?
Que mais do que ingénuos rasgos de ti próprio, em véus de maya,
São ilusões fortes do ser nas dobras da minha saia!
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Ah, vida! E como poderia trazer-te pura nos meus versos
Sem te entreabrir no véu dos teus insondáveis diversos?
Que tu,-como a mais sedutora ninfa de espelhos-
Me mostras no jogo interminável dos teus roxos e vermelhos!
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Ah, poeta!, Mas que rasgos de mim entrelaças nos teus versos, afinal?
 Sem te resguardares a ti próprio nesse espelho virginal...
Que é de espinhos e flores, mas culmina em dores e amores
Quando te enfeitiço no auge do fogo das minhas cores!
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Ah, vida! Mas que pergunta retórica-a tua?
E qual é o poeta que não te escutaria pura
Se nesse jogo de espelhos te pudesse desvelar nua?
E te entranhar em poesia, como a noite faz à lua!...

Véu de Maya


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