Sunday, February 22, 2015

Na tua canoa de afectos


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Ah, poeta!,-Se me sonhas primeiro em laços entre diversos,
E só depois me perfumas como tatuagens sublimes em versos
Por que oscilas ainda em frente do meu espelho
Como quem destila silêncios nas voltas do efémero?
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Ah, vida!,-Mas se te derramo como sonhos em versos
E vibro por nós ao toque estrelar nos teus afectos mais terrenos
Como poderia eu arder só no pomar dos teus efémeros
Sem subir também ao altar cifrado dos teus anéis secretos?
*
Ah, poeta!,-Que ingénuo-tu-nos meus anéis e segredos!
A levitares desde o riso ao silêncio até aos meus espelhos incertos
E porque não ardes logo na bolha dos meus feitiços efémeros?
Tal como o luar que passeia sem dor por entre oásis e desertos
*
Ah, vida!-ninfa altiva dos meus versos-
Se subo em silêncio ao fundo dos teus riscos e desertos
Mas volto logo ao gozo dos teus pomares e encantos
É porque-para além de ti-liberta das euforias e prantos
Qual outra poderia arder em poesia como canoa pura dos afectos!...
Véu de Maya

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