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Hei-de ser mar e terra e fogo e ar...
Quando, por fim, na roda que a tudo sela,
Secarem as flores da vida, ao trémulo da vela,
Em vestes que só o tempo levará a pratear;
*
E de sublimes versos, saírem cristais,
Como fluem das marés, algas e sais...
E de loucas paixões, volúpia e flores,
Em poções felinas, na altivez dos amores;
*
E das fundas dores, cravadas no Mundo,
Chegarem gritos urgentes, de enlace profundo,
Ao luar da alegria, onde ela nunca vibrou...
*
Até que tudo, por fim, na orgia do tempo,
Tal como a vida, ao arder em caos imenso,
Volte a ser, no destino, o anel onde brilhou!...
Véu de Maya
3 comments:
Todos os seus poemas são de excelência, mas este soneto tive de lê-lo várias vezes, pelo prazer que senti ao lê-lo, e para tentar apreender bem o seu sentido.
Uma extraordinária Orgia do Tempo, acompanhada pela música divina de Bach.
Gostei muito, Luís.
xx
Ah,Laura!
Grato pela sua presença pura e por ter essa sensibidade poética que aprecio.
Que tenha uma Páscoa Feliz, cheia de coisas belas e verdadeiras-é o que sinceramente lhe desejo.
L.L.
Errata:
...sensibilidade poética...
com apreço.
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