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Somos a vida que sofre no nada
E o mar onde os navios se contagiam errantes
Nos clarins da partida e da chegada.
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Somos o nada que se espelha no tudo
E a música onde o Universo
É uma máscara sublime, em ornamentos de veludo.
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Somos a passagem-breve
Que se espelha nos sonhos da madrugada.
E o véu dos abismos
Que se deslumbra na claridade da noite estrelada.
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Somos o desejo-livre
Que se derrama na liberdade cercada.
E o vento que se descarrega
Nas nuvens de uma ilusão adiada.
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Somos o amor-incerto-
Que circula na humanidade fechada.
E a liberdade que combate
Até transbordar em morada sagrada.
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Somos os véus do tudo e do nada:
Peregrinos absolutos na estrada.
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Os dados duma errância arriscada
Inocentes sobre o recinto da vida.
Lançados simplesmente, e mais nada!...
Véu de Maya
Deixo-vos o meu abraço de sempre, com afecto.
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