Wednesday, December 23, 2015

Este Sonho Virginal/Adagio de Albinoni


copyright
*****
Neste espelho vital que entre versos entrelaço,
Convoco as estrelas longínquas
Para um abraço virginal.
*
Que é só com luz e paixão
Que se vence a fraqueza e o cansaço
E a vida no seu todo clama 
Por desafios e triunfos, mas colo e regaço.
*
Neste canto solitário, mas imenso e feliz,
Onde subo às estrelas-
Essas companheiras predilectas do céu-
*
São elas quem mo diz: és um poeta da vida,
Desde os sonhos até à raiz,
Tão genuíno que nenhum dos teus versos,
Nisso, te deixaria sem matriz.
*
Mas, se sobes tão profundo,
Deve também o poema descer 
Ao coração do Mundo:
Dores, euforias, guerras e prantos.
*
E ao coração da Vida-
Desertos e vazios, desafios e encantos.
*
Que a todos entrelaço, neste poema de estrelas,
Que é de amor e riso a celebrar tanta vida
Perdida e desprendida por cantos e recantos.
*
E fico assim-em suspenso-
Neste barco solitário mas sublime,
Onde as estrelas-essas predilectas ninfas do céu-
Me vêm entrelaçar...
*
Até que rasgos mais eficazes
Que não tão frágeis e efémeros como o poema,
Venham transitar nesta paixão vital.
*
E trazer à Vida e ao Universo, este abraço virginal
Que é tão urgente e universal?...

Véu de Maya

Saturday, December 12, 2015

Paixão sem hora/ Albinoni



copyright
*****
À tua paixão pelas cores vermelhas,
Dou-te o meu espelho de volúpias serenas.
*
Mas tu-irresistível-ao incendiar-te nelas,
Tal como o luar nos transes da sua ninfa pura,
Exorbitas nele e enfeitiças-me à vida,
Como papoila selvagem em encosta madura.
*
Quando à noite olho para as estrelas
E te sinto também a vibrar com elas,
Com jogos de paixão em volúpias de cinderela.
*
Dou-te o meu amor virginal
E depois, sem hora, a ceia à luz das velas!...

Véu de Maya